Quando um relacionamento acaba, determinadas coisas acontecem a todas as mulheres da face da Terra. Independente da raça, condição social, grau de evolução espiritual. Não tem para onde fugir. SEMPRE acontece e com TODAS.
A primeira delas é que a melhor amiga estará invariavelmente desocupada no segundo seguinte ao do rompimento. Neste instante não importa onde a comparsa mora, em que ela trabalha ou a que horas tenha ocorrido o término: ela irá atender ao telefone antes que ele toque duas vezes. Uma mulher e sua melhor amiga costumam ter um grau de ligação cósmica que é superior às leis da probabilidade. Isso garante que, menos de uma hora após o fim do relacionamento, a cúmplice saiba de cada vírgula que cada um falou (de acordo com a versão da mulher, é claro) durante a fatídica discussão.
A segunda é o Brainstorm de pensamentos suicidas. Não importa o quanto ela seja centrada, cedo ou tarde vai ter vontade de cortar os pulsos. Não só isso. Vai querer se jogar do prédio, tomar todo o estoque de remédios para dormir da farmácia mais próxima de sua casa, pensar em ingerir todos os perfumes que encontrar pelo quarto, pular na frente do primeiro Distrito Industrial-Iguatemi. Todas estas ideias, porém, surgem absolutamente do nada e geralmente vão para lugar nenhum. Uma hora ou outra a esperta acaba se tocando que homem nenhum na galáxia merece esse desespero todo.
Logo em seguida vem o momento das promessas que jamais serão cumpridas. Vale prometer que nunca mais vai amar de novo, que esta foi a última vez que se meteu com um homem comprometido, que da próxima vez não será mais tão ingênua, que vai virar lésbica, que vai entrar para um convento, etc. Na verdade, as promessas em si são o que menos importam. No fundo as mulheres sabem que não vão conseguir cumprir mesmo... O importante é a atitude, entende? O glamour de passar a mão embaixo dos olhos e dizer qualquer coisa em tom decidido: “A partir de hoje blá blá blá”.
Toda mulher também passa pela fase dos distúrbios do sono. Se você é do sexo feminino e me disser que após o termino de um namoro o seu sono se mantêm inalterado ou é porque você deve ser descendente do boneco de lata do Mágico de Oz ou porque deve ser parente da Paola Bracho. É impossível. Ou você tem insônia, ou acorda no meio da madrugada e não consegue mais dormir, tem pesadelos, dorme demais, sei lá, mas em hipótese alguma suas noites permanecem as mesmas. Nestas horas, uma boa dica é ficar repetindo como um mantra “vai passar, vai passar”. Pode até demorar, mas passa. Outro conselho de ouro é manter o telefone a quilômetros de distância. Porque é exatamente nessa hora que vai bater uma cuíra irresistível de ligar para aquele canalha que te trocou por aquela garotinha mais nova. Não ligue!
Mas a pior parte mesmo é a dos vícios e das compulsões. Quando a frôzinha percebe que aquele aperto no peito, aquela sensação de sufocamento, aquela angústia que as vezes chega até a vir acompanhada de ânsia de vômito, não vai passar tão cedo, ela apela para forças externas. Este é um momento crítico que deve ser supervisionado pelos amigos. As consequências desta etapa podem ser gravíssimas. Quando a pessoa roe todas as unhas ou se atola nos chocolates, tudo bem. Mas e quando ela resolve estourar os limites do cartão de crédito ou beber até ser levada por uma ambulância da Unimed? Pânico total.
A quinta parte é meio facultativa : é o momento Amy Winehouse. Todas nós, em algum momento desse processo, vamos sonhar em quebrar as xícaras dele, arranhar os discos, etc, que é pra ver se ele volta, que é pra ver se ele vem, que é pra ver se ele olha pra nós, como diz naquela música da Adriana Calcanhotto. (Mas quem está a fim de fazer confusão nem deve se dar ao trabalho de ouvir a música. Aquela vozsinha de sussurro dela, aquela melodia mansa acabam sendo meio terapêuticas. Vai dando uma melancolia, uma fraqueza e a gente termina desistindo). Nem todas as mulheres, porém, conseguirão resistir a estes impulsos. As mais corajosas irão chutar o pau da barraca e armar um barracão. Elas poderão virar a personificação do Caos e da Barbárie. Aí é piriguete voando para um lado, ex-namorado correndo para o outro, um escandalo! Literalmente!
Por último, não importa o quão feia uma mulher possa ser: ela sempre terá um amigo adepto aos ensinamentos de um sábio filósofo brasileiro chamado Fábio Júnior. É, aquele que costumava dizer: “encoste a sua cabecinha no meu ombro e chora”. Ô minha cara amiga, não tente se enganar: se o colega se propôs a escutar cada detalhe da sua análise – quase semiótica, diga-se de passagem – sobre o seu ex-parceiro, este é um baita sinal de que ele não está bem intencionado. Mas isso pode não ser ruim. Muito pelo contrário. Pode, inclusive, ser nesse momento que todas as promessas feitas no item III poderão ir por água abaixo. Graças ao Cosmos, né meu bein?! Ou você vai querer fazer parte de uma das raças que deveriam ser eliminadas do planeta:a de indivíduos amargos, mal comidos?! Bem... mas este já é assunto para outro ‘post’. Hoje eu fico por aqui. Um beijo! E não esqueçam: uma hora a dor passa. É... as vezes demoooora...mas passa, juro!
OBS.: Antes que me perguntem: Não, eu não pensei em me suicidar; e não, o Gabriel não me trocou por uma garota mais nova. Ele, por sinal, é uma das pessoas mais fascinantes que eu já conheci na vida. Para quem não percebeu, este texto é uma brincadeira, uma sátira sobre o comportamento feminino, e não uma autobiografia.
Hahaha!! Muuuuito bom o teu texto (pra variar né?)...
ResponderExcluirParabéns pelo bróg e espero que continues escrevendo sempre, pois tu vais loonge, pode acreditar :D
Ficou ótimo o texto, ri muito aqui =D
ResponderExcluirBom ver que tuas habilidades de escrita não se resumem ao jornalismo! Quero ver os próximos textos =)
Olha linda, eu não me rasgaria assim por um ex-amor, mas ficou bacana o texto!
ResponderExcluirBjos
Irna Cavalcante
Adorei!A maioria das mulheres se comportam assim. Eu terminei com meu namorado por telefone me arrependi pensei até em ligar mas vi que não valia apena ir atrás dele, afinal mereço coisa melhor.
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