terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

União

(Midas and Bacchus - Nicolas Poussin: 1629-30 )
 
Estava decidida a ir. Mas no instante que as mãos de Midas dele seguraram o seu braço com firmeza, transformou-se em estátua. Deparou-se então com com o par de olhos negros.Ele agora já não tinha cativo apenas seu corpo, mas sua alma e pensamentos.Para onde ir? Não tinha mais casa nem rumo. Ele roubara todo o sentido da palavra 'pertecer' que ela até então conhecera. Já não sabia mais outro caminho senão aquele que convergia para ele.

Estava decidida a ficar. Também ela seria uma seguidora de Pã. Nos bosques, a vida assumiria outro significado. O que importava se os astros que regeram seus nascimentos continuavam os mesmos. Não era o Livre Arbítrio a força mais poderosa do Universo? O Dom Supremo aos humanos concedido? Que o Cosmos abençoasse aquela união ou ela seria abençoada por eles mesmos. Que ela durasse por quantos instantes que tivesse que durar. Que esses instantes somados fossem em uma vida inteira.