quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A violência do Tempo


Os ponteiros insistem em rodar, desenfreados. E eu continuo me obrigando a correr contra eles. Queria apenas me deixar conduzir, como uma concha que se deixa arrastar nas areias pelas ondas do mar. Imagino o dia em que o Tempo passará por meus cabelos como uma brisa e eu o verei como um companheiro leal, que nunca falhou em passar. Queria vê-lo como uma dádiva. Algo que existe para que todos os acontecimentos não ocorram ao mesmo tempo, como aquele que me traz mais coisas boas do que ruins. Não consigo. Minha relação com o Devir permanece violenta, insana.

Quando vejo a voracidade com que ele parece querer me devorar, tenho a sensação de que se eu não correr com todas as minhas forças ele irá me abocanhar e eu ficarei como Jonas, sozinha na barriga da baleia. Será mesmo que ele já não me engoliu? De repente ele já até mastigou minha horas destinadas ao por-do-sol, meus momentos de olhar estrelas na sacada, minhas longas conversas com Deus; eu é que ainda não me dei conta...

Se for assim, a faceta voraz que vejo não passa de uma máscara ilusória. Na verdade ele me traga assim... devagarinho. Faz-me acreditar que estou correndo dele quando, na verdade, estou correndo para ele, em direção ao seu enorme abismo. No precipício do Tempo não se despenca de uma vez, não. É mais parecido com a voragem de uma areia movediça. Seria o ele uma espécie de esfinge?

- Se és assim, Tempo, então eu me recuso a te decifrar. Devora-me! Eu te provoco.

Mas ele permanece calado. Teria eu desvendado um de seus incontáveis enigmas?
Obs.: O quadro acima é de Salvador Dali. Salvo engano, se chama Explosão.

domingo, 15 de novembro de 2009

XIII Feira Pan- Amazônica do Livro

A Feira do Livro esse ano está imperdível! Até serviço de bíblias delivery você encontra. E bíblias personalizadas. Tinha para crianças, para mulheres, para idosos, adolescentes, pré-adolescentes, pré-pré-adolescentes... Alias, de cada quatro estandes, cinco eram de bíblias.

Brincadeirinha... Lá você encontra também bibliografias de personalidades de grande relevância para a sociedade brasileira - como Alexandre Frota e Vera Loyola - pela módica quantia de R$1. Imperdível!

Encontra ainda obras primas da literatura brasileira como "Sanitários Centenários". Eu nunca li, mas com este título, o que imaginar do conteúdo deste livro senão merda a mais pura expressão da arte?

O show do Lenine no primeiro dia foi fantástico. O palco estava lindo. Só ficaram nos devendo a qualidade do som. Mas quem se importa com a música? Só acho que eles, pelo menos, deveriam avisar quando terminava uma música e começava a outra que era para nós batermos palma. Enfim... tivemos que deixá-las para o final da apresentação.

O país homenageado, este ano, foi a França. Mas se você está curioso pois pensa que terá a oportunidade de degustar a culinária francesa, esqueça. Eles bem que tentaram, mas acho que "Pastel & Krepp DU goiano" não foi um nome muito convincente, não é mesmo? Bem... o que vale é a intenção.

Eu teria ainda muitas imagens... digamos... "curiosas" para mostrar da XIII Feira Pan-Amazônica do Livro. Mas, infelizmente, a memória do meu celular não suportou mais do que estas. Quando você for fazer a sua visitinha, não deixe de conferir o novo conceito de decoração exposto no restaurante do Hangar (acho que é Spazzio Verde, não sei o nome). Em cima de cada mesa há uma garrafa, muito parecida com a do refrigerante baré, com um galinho de mangueira dentro. Um luxo!

Não deixe de ir também ao que há de mais francês na Feira: o toilettes.





Culinária Francesa?


Cadê a lupa para achar o Lenine?


Obras-primas da Literatura Brasileira
Personalidades marcantes na História do Brasil



Vai uma bíblia aí, mermão?