quarta-feira, 21 de abril de 2010

Homens: tim tim!

É muito comum encontrarmos textos que enaltecem a mulher. Sua delicadeza, sua força, o jeito como mexem nos cabelos, lá, lá, lá. O que é justo. É fácil encontrar também escritos com uma lista de reclamações contra os homens. As objeções vão desde a tampa do vaso sanitário que eles "SEMPRE" deixam abertas até o "ABSURDO" de nos convidarem para jantar em cima da hora. (Como é que eles não são capazes de imaginar que antes de sair, nós, mulheres, "PRECISAMOS" percorrer uma verdadeira maratona que inclui depilação, fazer as unhas, escolher a roupa certa, malhar com mais intensidade pernas e bumbum, ect.?!). Na maioria das vezes, estas queixas também são justas. Mas o objetivo deste meu ensaio é um pouco menos comum: é mostrar porque estes seres de três pernas (horríiiiiiiiivel - gritam algumas) são tão importantes para as nossas vidas.
(Algumas mulheres reclamam de barriga cheia. Rá)
Mas antes é importante esclarecer alguns pormenores. Primeiro: vou falar sobre a minha concepção de homem, de acordo com o meu conceito de masculino (extremamente falho, reconheço desde já). Não é que aqueles que não se encaixem neste perfil sejam "menos homens". Eu concordo que os conceitos de comportamentos que hoje conhecemos "masculinos" e "femininos" são construções culturais, extremamente frágeis. Também é importante ressaltar que este não é um manifesto homofóbico. Nada contra gays!!! Eles são tão ou mais dignos de homenagens que os heteros, não é esta a questão. Até onde eu sei, dizer que eu gosto de heteros não significa que eu não goste de homossexuais. Uma coisa não exclui a outra, por favor. Esta é tão somente uma homenagem aos meus amados homens "seres humanos do sexo masculino" que gostam de mulheres. (E não apenas de "buceta", como definiu o Bebado Gonzo. Mas o meu amigo Anderson está previamente perdoado porque tenho certeza que ele sabe que nós somos muito mais do que isso).
Meramente por uma questão de estética textual, vou me referir aos protagonistas deste texto simplesmente como "homens". Convenhamos, me referir a eles sempre como "heteros" ou através do gigantesco "homens-que-gostam-de-mulheres" não dá, né?! Enfim, vamos ao texto:

Não sei se sempre tive sorte com os homens e por isso, sempre admirei o "men's styling of life" ou se, por admirar o "jeito homem de ser", acabei atraindo garotos bacanas para a minha vida. O fato é que - com exceção de um determinado moço que desde sempre eu já sabia que não valia a pena- todos os outros rapazes com quem eu já me envolvi afetivamente foram e são pessoas maravilhosas. Mas, pensando bem, essa admiração já vem de muito antes. Desde os tempos em que o papai lia historinhas para eu dormir e que nós ganhávamos os troféus de mais atrapalhados nas gincanas do jardim de infância, eu já era encantada pela proteção que eu encontrava em um colo masculino.
Além do meu querido pai - que até hoje faz questão de se esparramar comigo no sofá da sala para assistir o futebol do final da tarde de domingo - tive (e - graças! - ainda tenho) a oportunidade de contar com excelentes amigos. Inclusive, em boa parte dos meus grupos de amizades, tive o privilégio de ser aceita em "bandos" que eram formados exclusivamente por meninos. Aprendi muito com eles. Acima de tudo a admirá-los. Adoro o jeito como resolvem os seus problemas, como o que dizem corresponde quase integralmente ao que realmente querem dizer, como se fazem de valentes quando estão fragilizados.
 (Livre acesso)
É bem verdade que essa convivência com eles não me levou a descobrir tantas coisas novas assim. Afinal, o comportamento dos homens não é mistério para ninguém. Todo mundo sabe que homem não chora. Exceto quando a filha nasce, o time perde, a namorada vai embora,... Também é consenso entre a coletividade que homem não faz fofoca. Ele só "comenta" sobre o chifre que o vizinho levou, sobre a filha do patrão de 15 anos que está grávida, sobre como a ex-gostosona engordou nos últimos tempos, etc. Eles são muito discretos, sabe? Muito diferentes de nós, mulheres.
Ironias à parte, eles realmente me ensinaram a ver a vida de uma forma muito mais simples e divertida. É bacana ver como os meninos não se importam se o nosso cabelo tem ponta dupla ou se o nosso cotovelo está áspero. Sabe aquela musiquinha do Mogli? "Necessário, somente o necessário,...". A maioria deles realmente acredita que, na vida, a gente deve se preocupar apenas com o essencial.
Dentre os mais inteligentes que eu conheço estão aqueles que descobriram que deixar uma mulher satisfeita é impossível difícil, mas realmente compensa. Que dar flores, puxar a cadeira para elas sentarem, e tudo mais, não é uma maneira de subjugar a mulher, mas apenas de ser gentil. Que a mulher, longe de ser um ser mais frágil, deve ser tratada como algo precioso. Por mais clichê que isto soe, eles também sabem que melhor (e mais difícil) do que conquistar todo dia uma mulher, é conquistar todo o dia a mesma. E, finalmente, que esta história de "guerra dos sexos" já está ultrapassada e que o grande barato é aprender o que um pode ensinar de melhor para o outro. Mas não adianta me perguntarem o nome destes homens que sabem de todas estas coisas que eu não digo nem sob tortura.